ronaldofer escreveu:
Vou tentar explicar:
Meu trabalho real é na área da informática, na mecânica de automóveis sou um hobista a vançado. Mas atualmente os automóveis estão cada vêz mais dependentes dos computadores, portanto os procedimentos são praticamente os mesmos.
Vamos lá: A ECU da injeção de qualquer automóvel é um computador com um sistema operacional bastante smples, simples porque não pode ficar dando "pau" a todo instante tipo "Windows" reclamando do tempo de resposta da memória, etc.
O operacional básico é composto de um processador e 3 tipos de memória. A Principal é onde está o sistema operacional e todas as instruções e parâmetros de funcionamento do computador e do motor, estabelecidos pelo fabricante. Esta memória utiliza tecnologia Flash Eprom que só pode ser modificada por software específico e códigos de acesso encriptados para uma maior segurança. O segundo tipo é uma memória de erros, onde ficam registrados as ocorrencias, e pode ser apagada pelos "Scaners". E a terceira que é uma memória de "aprendizado", ou seja, conforme o motor vai funcionando, com as variações de temperatura, rotação, qualidade e tipo de combustível, vão sendo gravados parametros alternativos aos préestabelecidos pela fábrica, com o objetivo de otimizar o consumo e a emissão de poluentes. Essa memória se apaga com um reset elétrico pois ela utiliza a mesma tecnologia da RAM do computador, só que na ECU existe um backup de energia (capacitores) que podem manter a informação por algum tempo (variavel dependendo do fabricante da ECU). Então para um restet eficiente deixa-se a ignição (não o motor) ligada, e mais algum outro consumidor de energia ligado (Tipo as lanternas) que no momento em que se desliga a bateria existe uma descarga em todo o circuito elétrico do veículo, garantindo assim que não há energia disponível para manter memórias ativas. Mantendo-se a chave na posição ligado e as lanternas também, se garante um maior dreno de corrente que possa existir em algum capacitor.
30 minutos é suficiente para zerar qualquer capacitor.
No momento de se religar a bateria a ignição deve estar ligada para que todos os periféricos recebam energia ao mesmo tempo garantindo assim um estado de real "zero" e as lanternas devem estar ligadas para que o impacto da religação seja um pouco menor. O único componente que poderia causar algum problema seria a bobina de ignição, pois poderia haver uma realimentação reversa, mandando um sinal de alguns milhares de volts no sitema. Mas essa possibilidade é praticamente nula, visto que é a ECU quem comanda a bobina, e se ela acaba de ser energizada, só vai mandar sinal para a bobina quando receber sinal do sensor de rotação.
Espero que isso ajude!
Saudações a todos
Amigo, parabéns pela explicação, bastante didático e inteligível. Apenas algumas colocações sobre o assunto.
-> Não sei se é o caso deste sistema(na verdade não me lembro de ter usado nem se meu scanner faz), mas para a maioria dos sistemas o scanner faz este reset de maneira simples e rápida, ou seja, sem envolver possíveis riscos.
-> Para os sistemas que o scanner não disponibiliza reset dos parâmetros adaptativos (IAW 1G7 por exemplo) eu sempre desligo os dois pólos da bateria(com a ignição desligada mesmo) e ligo os cabos um ao outro, também por +- 1/2 hora e normalmente funciona(ainda ontem fiz 1 deste).
-> Entendo, e até partilho deste "MEDO" que alguns amigos demonstraram quando vc fala em desligar/ligar bateria com a ignição ativa, pois vai contra tudo o que ouvi até hoje sobre I.E., e já aconteceu aqui na empresa de um colaborador "esbarrar" uma chave no positivo da BAT e queimar o módulo de um pálio(que ferro, nem gosto de lembrar),ou seja, todo o cuidado é pouco!!...
De qualquer forma, a dica está anotada.
Pelo seu texto vc entende mesmo sobre eletrônica, acredito que possa nos ajudar bastante em determinados problemas "cabeludos" como este, obrigado pelo retorno da solução, e não deixe de participar do nosso fórum. Saudações cordiais.