Pessoal, boa tarde!
Desculpem-nos a demora, mas como haviamos dito, o assunto não foi esquecido. Apenas é um assunto que envolve diretorias e as vezes algumas coisas levam um pouco de tempo para serem acertadas...como dito anteriormente, estamos do lado de vcs, reparadores.
Segue na íntegra (abaixo) a carta enviada pelo Sindirepa-SP ao Sr. Boris Feldman.
Esta é a resposta oficial do orgão que representa a classe de vcs, baseada na NBR15759.
Gostaríamos de lembrar que a ABNT é reconhecida como único Foro Nacional de Normalização através da Resolução n.º 07 do CONMETRO, de 24.08.1992.
É membro fundador da ISO (International Organization for Standardization), da COPANT (Comissão Panamericana de Normas Técnicas) e da AMN (Associação Mercosul de Normalização). Portanto, não há como questionar a aplicação da norma.
A Dayco é uma empresa que respeita a liberdade de expressão, porém
gostaríamos de deixar clara a nossa filosofia de defesa da manutenção
preventiva, não como máscara para a empurroterapia, mas sim como a
prática de prevenção a acidentes que garante a segurança e economia do
consumidor final.
O concurso Pergunta Premiada está valendo, já recebemos centenas de
frases e a partir de 05 de Outubro divulgaremos os 10 primeiros
ganhadores!
São Paulo, 20 de setembro de 2010
Programa Vrum – SBT
A/C: Boris Feldman Diretor
Ref.: Esclarecimento sobre matéria veiculada no programa Vrum – Quadro Boca no Trombone, no dia 12/09/10, sobre o cuidado com a picaretagem na hora de trocar a correia dentada do carro
Prezado Boris Feldman,
O Sindirepa-SP – Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado de São Paulo –, que é a entidade que representa as oficinas estabelecidas no Estado de São Paulo, entende que a matéria veiculada no programa Vrum - Quadro Boca no Trombone, trata o assunto sobre a troca do tensionador de correia sincronizadora do motor de forma pejorativa e muito superficial, dada à importância desse item para o bom funcionamento do veículo, bem como os prejuízos gerados pela não substituição da peça, no período em que o manual do fabricante recomenda a troca da correia dentada.
Como especialista no assunto e formador de opinião, é grande a responsabilidade do Sr. ao abordar um tema tão relevante para a manutenção do veículo. Nesses casos, é preciso ser claro e bem didático com o telespectador para não gerar dúvidas desnecessárias e, ao invés de prestar um serviço à população, causar ainda mais polêmica em torno do assunto.
Foi o que aconteceu nessa matéria. Aproveitamos a oportunidade para informá-lo que foi criada a Norma NBR 15759 – Veículos Rodoviários Automotores – Procedimentos de Inspeção e/ou Substituição de Correias de Sincronismo e Acessórios em Motores de Combustão Interna Ciclos Otto e Diesel, que tem como escopo os requisitos e a sistemática para os procedimentos de inspeção e substituição de correias de sincronismo, correias de acessórios, agregados e periféricos em motores de combustão interna ciclos Otto e Diesel.
Nesta norma (item 4.1.1 letra h), o seguinte trecho ajuda a elucidar possíveis dúvidas sobre a troca do tensionador: “Com o motor desligado e na temperatura ambiente, verificar visualmente ou com equipamento específico e substituir, se necessário, os componentes: polias dentadas, tensionadores, rolamentos e guias de apoio (visual)”.
Portanto, a norma deixa claro que, no momento da substituição da correia de sincronismo, deve ser observado (avaliado) o estado do tensionador da mesma, tendo em vista que a função deste componente é exercer força (tensão mecânica) na correia de sincronismo, o que promove o tensionamento na mesma. E considerando que a correia está sendo substituída pelo motivo de desgaste, o mesmo ocorre com o tensionador e o rolamento. Com o uso do veículo, há o desgaste natural das peças.
Para o proprietário do veículo, é mais viável economicamente substituir o conjunto (correia e tensor) do que um componente em cada ocasião, além, é claro, da segurança para garantir o funcionamento do motor.
Quanto ao período de troca da correia, o mesmo é definido pelo fabricante do veículo ou do motor.
Por todos esses motivos expostos, o Sindirepa-SP entende que a sua colocação é totalmente improcedente. Também é importante ressaltar que existem várias outras normas ABNT para serviços de manutenção automotiva e até uma que trata especificamente da Qualificação de Mecânicos de Manutenção Automotiva (NBR 15681).
Assim, achamos não ser apropriado usar o termo picaretagem e generalizar todo um setor, o qual tem evoluído ao longo dos anos e hoje é responsável pela manutenção da frota circulante do País - estimada em 29 milhões de veículos (levantamento do Sindipeças). Toda a engenharia empregada na produção dos atuais modelos de veículos e o Programa de Inspeção Ambiental Veicular, não dão espaço para que picaretas tenham sucesso no setor, além do Código de Defesa do Consumidor, que prevê as penalidades cabíveis para quem tenta ludibriar o cliente.
O Sindirepa-SP tem a adesão de aproximadamente 300 empresas no Programa de Seleção de Oficinas para Atendimento Pós e Pré-Inspeção Ambiental Veicular, reconhecido pela Secretaria do Verde e Ambiente da Cidade de São Paulo.
As oficinas que fazem parte do programa estão aptas a realizar revisão de pré e pós-inspeção, para garantir a prestação de serviços de qualidade aos motoristas.
Com o objetivo de elucidar o consumidor e contribuir para a prestação de serviços com relação à manutenção automotiva, o Sindirepa-SP coloca-se à disposição do seu programa para esclarecer dúvidas e atender às solicitações sobre assuntos técnicos.
Contamos com a sua compreensão.
Atenciosamente,
Antonio Fiola
Presidente do Sindirepa-SP